26/01/2011

Me desculpa


Ele estava parado na porta da frente, virado de costas, apoiando a cabeça na madeira escura da porta, olhando para cima.
Eu podia vê-lo pelo olho mágico, podia ver seus cabelos castanhos e escuros, podia ouvir sua respiração acelerada e, talvez, ouvir seus batimentos cardíacos.
                Encostei-me virada de costas para a porta e, como ele, encostei a cabeça na porta.
                - Brooke? – o ouvi dizer.
                 - Estou aqui – respondi rápido.
                - Me desculpe.
                - Tudo bem, você não está atrasado para o jantar nem nada… – estávamos conversando através da porta e eu não tinha coragem o suficiente para abri-la.
                - Você sabe o que eu quero dizer, Brooke.
                Eu sabia. Não respondi, apenas continuei respirando.
                - Brooke?
                - Escute, Jake… – me virei de frente para a porta e apoiei as duas mãos na madeira – não pense que vai ser fácil assim. Você me magoou. Muito.
                - Eu sei. Eu sei, Brooke. Mas se me deixar explicar… eu…
                - Você não vai conseguir explicar, não é? – olhei pelo olho mágico. Ele continuava de costas.
                - Vou ser honesto com você… – já estava na hora mesmo – Eu acho que não deveríamos mais nos ver, Brooke. Me desculpe.
                 - Eu é que deveria dizer isso!
                - É, mas não disse – ele estava me testando.
                Sentei no chão frio e meus olhos se encheram de lágrimas.
                - Eu não poderia.
                - Por que não? Não é isso que você quer?
                - Não, Jake – bati a cabeça na porta fazendo barulho. – Você sabe que não e está me matando dizendo que é isso que quer. Jake, eu te amo. Ainda amo – algumas lágrimas rolaram e as senti pingarem em minhas mãos. – Depois de tudo que fez.  
                - Significa que estou perdoado? – a voz triste que ele tinha não se passava de um simples teatrinho, pois agora estava calma e não estava pretendendo terminar comigo. Só queria que eu dissesse que o amava.
                - Eu não sei se sou capaz de perdoá-lo, mas, com certeza, não nos veremos mais.
Silêncio.
Ouvi o barulho de seus sapatos marrons e caros tocando o chão e ficando cada vez mais distantes. Não podia suportar o que estava fazendo. Ele não podia simplesmente sair e… e não dizer nada!
Abri a porta e corri até ele. Segurei seu rosto com as duas mãos e olhei em seus olhos confusos.
- Jake, essa é a última vez que te dou outra chance – no mesmo segundo, Jake abriu um sorriso.
- Brooke, eu juro que dessa vez…
- Jake, ouça – o interrompi – me diga porque eu deveria deixar você entrar dentro de casa e fazer parte da minha vida…
Jake me beijou, me interrompendo. Empurrei-o para longe de mim. Eu sabia que ele não poderia me explicar o porque. Sabia que não havia resposta, pois eu não deveria permitir que ele cruzasse mais uma vez, a porta da nossa, quero dizer, minha casa.
 - Essa é sua explicação? – olhei para ele sem acreditar em como ainda o amava e que finalmente o estava mandando embora.
- A explicação é porque eu te amo e você me ama, Brooke. Tem alguma outra explicação mais significativa para nós dois? Existe? – tentou me beijar de novo.
- Jake! – empurrei-o de novo.
- Brooke, nós dois sabemos que podemos continuar juntos!
- Jake, acabei de me arrepender de ter aberto aquela porta e de ter vindo até aqui – limpei uma lágrima que escorria pelo meu rosto. – Vou deixar as suas coisas na casa de Mike mais tarde.
- Brooke, eu…
- Jake!
Ele segurou a minha mão. Soltei-me e corri para a porta, entrei e a fechei. 
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Crônica escrita por Isabel de Let's Make Story

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